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domingo, 30 de maio de 2010

Teste-se: Você é PSICOPATA????

Não estou mentindo: quando posso, entupo meu tempo entre net, livros (e-books, por quê não?) e séries, agora melhores que filmes rs...

Estive hoje analisando uns episódios de Dexter e é algo de grande polêmica: a natureza do personagem é algo anormal pois trata-se de um serial killer que mata que sem destreza outros de sua "laia" fazendo ou não justiça.... Bom, falar é fácil. É uma patologia? Seria bom discutir-se isso! Agora, faça o teste você mesmo: você se encaixa no perfil de um psicopata ? Abaixo, site do próprio "traça" seu perfil e diz quantos % de portencial você tem.

Medo?  Mas de que? Ou será De Quem?

Se o resultado lhe causar espanto, quebre os espelhos de sua casa!

Dexter's Psicho Therapy

Sobre a série Dexter

Wikipédia define:

 Dexter é uma premiada série televisivaestadunidense do canal Showtime, exibida desde 2006 nos Estados Unidos, e desde 2007, no Brasil pelo canal FX Brasil, e, em Portugal pela FX Portugal.
A série é baseada no livro Darkly Dreaming Dexter, de Jeff Lindsay, e conta a história de Dexter Morgan, um assassino em sérieanalista forensesangue, no departamento de polícia do Condado de Miami-Dade. Dexter é interpretado por Michael C. Hall. que trabalha como especialista em padrões de dispersão de
Nos Estados Unidos, a primeira temporada teve doze episódios e foi exibida de 1 de outubro de 2006 a 17 de dezembro de 2006. A segunda temporada, nos EUA, foi exibida no segundo semestre de 2007 e também contou com doze capítulos.
Valendo-se do fato de ser um expertflashbacks e, paulatinamente, vai desvelando diversos segredos dos personagens, criando um ambiente de constante suspense.
 
  

Um olhar admirador...
segundo Bruno Carvalho, em Ligado Em Série  [na íntegra]

 Ah, como o som de três simples palavrinhas pode virar o jogo de forma tão abrupta, não? “Olá, Dexter Morgan” foi o cumprimento daquele que foi subestimado por seu caçador, que agiu meticulosamente seguindo um código de conduta estrito ao longo de muitos anos e que triunfa no terreno do inimigo com apenas um mero cortejo. Mais uma vez desde que decidiu “voar solo” e ignorar algumas regras de seu pai, Dexter se encontrou em uma situação impossível e que o deixa completamente exposto e sem ação. Arthur Mitchell é um psicopata doente, sim, mas um psicopata doente que sobreviveu décadas sem ser descoberto. Ambos foram desleixados e ambos ganharam pequenas batalhas, mas a perícia e destreza que sobram em Morgan são compensadas pelos anos de experiência do velho matador. 


 Este foi um episódio repleto dos arquétipos da psicologia que estão presentes em toda a série. Para Freud, a infância é o momento crucial da vida onde a personalidade do indivíduo é formada e dali nasceu a sede de sangue do nosso protagonista, a necessidade de se auto-afirmar perante figuras paternas de Debra e Christine e o incontrolável sonho de Arthur em resgatar o controle de sua triste história. Mas enquanto a ciência está aí para definir estas pessoas, no fim das contas é a Teoria do Caos que vai prevalecer sobre esta complexa e imprevisível situação. E mesmo brilhantemente pensada por uma competente e impecável equipe de roteiristas, a trama de Dexter chega para nós como um fractal, uma forma que não pode ser prevista ou antecipada. Se antes podíamos ter a esperança ou até mesmo a certeza de que tudo no fim iria dar certo, o “Olá, Dexter Morgan” neste contexto tão insustentável coloca tudo a perder. Falta pouco, agora.

*Aqui consta também uma crítica sobre a série: blog Contexto Moderno

Tirinhas LOUCAS! 2


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sábado, 29 de maio de 2010

FUNDAMENTOS DE PSICOLOGIA EXPERIMENTAL 3

FUNDAMENTOS DE PSICOLOGIA EXPERIMENTAL 2

FUNDAMENTOS DE PSICOLOGIA EXPERIMENTAL 1

Aqui estão alguns passos dessa disciplina importante em Psicologia (não só para os beharioristas, pelo que vejo). Aprecie com moderação (ou muita).

de Jesiane Wanziler


Crença religiosa contra a depressão

 
 Um artigo publicado no periódico científico Journal of Clinical Psycology mostra que pacientes com depressão respondem melhor aos tratamentos clínicos quando cultivam alguma crença religiosa. O estudo foi realizado com 136 pacientes adultos diagnosticados com depressão profunda e transtorno bipolar. Segundo os autores, a religião pode aumentar em pouco mais de 70% as chances de recuperação. 

Fé contra a depressão

Pesquisas têm sugerido que a crença religiosa pode ajudar a proteger as pessoas contra os sintomas da depressão.
Mas um estudo, feito na Universidade Rush, nos Estados Unidos, vai um passo além.
Em pacientes já com o diagnóstico de depressão clínica, a crença em um Deus que se importa com as pessoas pode melhorar a resposta ao tratamento médico, conforme relata um artigo publicado no Journal of Clinical Psychology.

A Pesquisa
Participaram do estudo um total de 136 adultos diagnosticados com depressão grave ou depressão bipolar, atendidos tanto em ambiente hospitalar quanto ambulatorial, voltados para cuidados psiquiátricos.
Os pacientes foram examinados logo após a internação para tratamento e oito semanas depois, utilizando o Inventário Beck de Depressão, a Escala de Desesperança de Beck, e a Escala do Bem-Estar Religioso - todos instrumentos padrão das ciências sociais para avaliar a intensidade, a profundidade e a gravidade da doença e os sentimentos de desesperança e de satisfação espiritual, respectivamente.

O que acontece é que a resposta à medicação, definida como uma redução de 50 por cento nos sintomas, pode variar em pacientes psiquiátricos. Alguns podem não responder de forma alguma.
Mas o estudo descobriu que aqueles com fortes crenças em um Deus pessoal e que se preocupa com as pessoas tinham maiores chances de responder à medicação e experimentar melhoras.


 Especificamente, os participantes que ficaram no terço superior da Escala de Bem-Estar Religioso tinham 75 por cento mais probabilidades de melhorarem com o tratamento médico para a depressão clínica.
O resultado é semelhante a um estudo feito no Brasil, que demonstrou a importância da religião para lidar com o câncer.

Importância da religião para os pacientes

"Para as pessoas diagnosticadas com depressão clínica, a medicação certamente desempenha um papel importante na redução dos sintomas," disse Murphy. "Mas quando se trata de pessoas diagnosticadas com depressão, os médicos precisam estar cientes do papel da religião na vida de seus pacientes. É um recurso importante no planejamento do tratamento."
Um outro estudo sobre religião e medicina mostrou que, apesar da importância da religião na recuperação dos pacientes, a maioria dos médicos tende a ver a fé como um empecilho às suas decisões.

Da Série: Grandes Mistérios da Humanidade


 A questão não é que as mulherres choram por qualquer coisa, mas que nós, homens, gostamos de continuar a não entendê-las. 

 Ai cabe uma dica: de vez em quando, menos interrogação fica dentro do limite permitido por lei, senão "quebra o clima", entende?

O Lado Bom da Depressão Existe?

 A última edição da Galileu estampa na capa o texto "O lado bom da depressão", o que me fez ler a matéria. Curiosamente, em um debate com três profissionais da saúde, os três disseram não concordar que a depressão tenha um lado bom (quer dizer...).
peanuts2007.png
E realmente não tem! Acho que o que a revista quer dizer é que, no processo de superação da depressão (que geralmente envolve terapia) você pode adquirir um autoconhecimento muito grande, podendo até passar por reviravoltas na sua vida que, no fim, podem ser muito satisfatórias. Neste ponto eu concordo: a depressão não tem lado bom, mas o modo como você lida com ela pode trazer benefícios.

 É por isso que defendo o uso da terapia mesmo quando a pessoa está tomando medicamentos, caso contrário é como tomar aspirina para a dor de cabeça: seu sintoma some, mas você não sabe porque ele apareceu e nem quando pode voltar.

 A primeira capa da matéria diz: "Ela [a depressão] não pode ser diagnosticada por exames de sangue, detectada em chapas de raios-x ou investigada em testes de resistência física". Isso porque a depressão não é uma doença como o mal de Alzheimer ou a diabetes, mas sim um transtorno comportamental.

20100511_depression.jpg  Isso quer dizer que ela se desenvolve de acordo com a maneira que lidamos com nossas dificuldades do dia-a-dia. Pode até ser que algumas pesquisas apontem indícios de predisposição genética, mas ela ainda depende do ambiente. E a própria matéria, apesar de chamar a depressão de "doença" umas mil vezes, mostra isso em seus casos relatados: primeiro uma jovem morando só em uma cidade sem emprego nem amigos, depois uma mulher que trabalhava e estudava excessivamente (e aumentou essas horas para lidar com a sensação de vazio), e em seguida um rapaz insatisfeito com o curso que havia escolhido (e para mascarar a tristeza, gastava tempo e dinheiro em compras e baladas). São situações que já trazem mal estar e, dependendo de como lidamos com elas, podemos piorar ainda mais as coisas. A desesperança vem e daí a rotulamos de depressão - o "câncer da alma".

 Acho que acabei falando mais mal do que bem da matéria, mas ela é bem interessante sim! Principalmente para curiosos e pessoas que conheçam outras com o diagnóstico. Já para profissionais da área as revistas científicas são sempre preferíveis.

sexta-feira, 28 de maio de 2010

O Filme The Village (A Vila) visto sob os olhares Psicanlítico e Junguiano.







The  Village  ( A  Vila )  2004 - EUA

Direção: M. Night Shyamalan – Elenco: Bryce Dallas Howard, Joaquin Phoenix, Adrien Brody, William Hurt, Sigourney Weaver – Duração: 120 minutos –Gênero: Ficção/Suspense

No ano de 1897 uma vila isolada do restante do mundo é um lugar tranqüilo para se viver em comunidade e harmonia. Entretanto, para se viver tranquilamente, os moradores não entram na floresta onde vivem as criaturas chamadas “Aqueles de Quem não falamos”. O terror que as criaturas despertam na comunidade é o suficiente para manter os moradores afastados. Mas a pergunta é: até quando? O jovem Lucius Hunt (Joaquin Phoenix) solicita aos responsáveis pela vila que ele possa ultrapassar os limites da floresta em busca de remédios para as pessoas, pois um de seus amigos morreu e ele se sente um pouco impotente em não fazer nada. Porém, ele é informado pelo líder Edward Walker (William Hurt) e por sua mãe Alice (Sigourney Weaver) que ele não deve se aventurar. Entretanto, ele não desiste fácil de sua idéia. Apaixonado por Ivy Walker (Bryce Dallas Howard), Lucius também é amigo de Noah Percy (Adrien Brody), um jovem com problemas mentais que também ama Ivy , o que colocará em risco a vida de Lucius e Ivy. Desta forma, Ivy terá que fazer um grande sacrifício, no qual as verdades serão trazidas à tona.


Psicanálise explica ¹

O filme trata da história de nove pessoas que resolveram se afugentar do mundo urbano devido à violência dor, sofrimento e toda a falta de esperança que os grandes centros nos trazem. Juntos eles fundam um vilarejo no qual criam suas famílias isoladas de qualquer contato com o mundo externo.
Para manter o isolamento, esse grupo, chamado pelos habitantes da vila de “Os Anciões”, cria uma lenda sobre monstros que habitam a floresta que cerca o vilarejo. Todos os que entrarem na floresta serão mortos pelos seres chamados “Aqueles de quem não mencionamos”

Porém algo acontece no vilarejo que ameaça a manutenção da vila. Um jovem chamado Lucius Hunt, um corajoso rapaz que desejava passar pela floresta e ir as cidades em busca de remédios para seu povo, é atacado por outro rapaz com problemas mentais chamado Noah Percy, motivado por ciúmes de seu casamento com Ivy Walker.

A grande questão agora para o pai de Ivy, o Líder dos Anciões, estava entre salvar a vida de Lucius, permitindo que sua filha, deficiente visual, fosse até a cidade buscar remédios, ou manter a mentira sobre a vila, sacrificando assim a vida de Lucius.Mas o Sr. Walker não resiste ao amor da filha por Lucius e permite que a mesma vá à cidade e busque remédios. Antes ele conta toda a farsa sobre a história dos monstros, mas não adianta, por que Ivy ainda continua acreditando na existência de monstros. Durante sua caminhada, Noah encontra uma das roupas de monstro, e vestido nela, ele ataca Ivy na floresta, mas ela consegue matá-lo, achando assim que matou um dos temíveis monstros.

Ivy retorna da fronteira da floresta após encontrar um guarda que lhe fornece os remédios. Na verdade, os guardas da floresta são empregados das empresas Walker, e a floresta toda é propriedade do pai de Ivy, mas ela não sabe porque não pode ver. Ela retorna ao vilarejo e assim a vida na vila continuará a mesma.

O filme retrata o medo pelo desconhecido e o estabelecimento de defesas internas que as pessoas criam para perpetuar um sentimento de “segurança”. Podemos perceber que o enredo do filme mostra como os personagens se isolam em um mundo de “fantasia”, descrito por Freud em seu artigo “Para Além do Princípio de Prazer” como um mecanismo que leva o sujeito a negar a realidade que seria na verdade uma evitação do desprazer que o levaria a viver de acordo com o “Princípio da Realidade”.


Percebemos que há uma tentativa de “fuga” do mundo real, com o objetivo de manter a ordem no mundo interior, o que leva a instalação do “recalque”, onde barreiras são formadas como forma de se estabelecer a ordem nesse mundo do inconsciente. Essas barreiras são simbolizadas pelas florestas em redor da vila, pela instalação do medo do desconhecido, das criaturas descritas como “Aqueles de quem não mencionamos”.

Estão presentes no filme sintomas de experiências traumáticas que levam as pessoas a estabelecerem uma relação de “desconfiança perante a vida”, levando-as a quererem se esconder de tudo que causa desprazer.

Porém o inconsciente busca maneiras de romper essas barreiras. Ele nos incomoda, transgride as regras e encontra formas de nos empurrar “para fora da vila”. Esse inconsciente é tipificado no filme pelo personagem Noah, um homem com a mentalidade de uma criança de cinco anos que não aceita regras e é extremamente desobediente, pois com freqüência ele adentrava a floresta sem medo das criaturas.

Um evento inesperado gera uma crise na vila, quando o personagem Lucius é ferido por Noah e precisa de “remédios”. Uma decisão precisa ser tomada: ou deixamos Lucius morrer ou nos arriscamos e saímos da vila, enfrentando os medos. Será que o personagem Lucius não representa uma vontade de ir mais além, de quebrar as regras, os recalques que nos impedem? Somente quando esse “Lucius” que está dentro de nós manifesta sintomas de morte é que corremos em busca de remédios.

As crises instaladas em nosso interior provocadas pela depressão, ansiedade, transtornos obsessivos, pânico colocam em risco o “Princípio de Vida” e nos colocam diante de uma escolha: ou morremos ou nos aventuramos “cegamente” no interior da floresta. Não seria a personagem Ivy um retrato do desejo de se ver livre do medo? Para vencê-lo é preciso encará-lo. Mas como encarar aquilo que está no nível do inconsciente?

Mesmo sabendo que ela não poderia ver os “monstros” da floresta. Mesmo sabendo que eles não eram reais, pois seu pai havia contado a ela a respeito da farsa, ela ainda assim sentia a presença desses monstros. Não seriam esses monstros uma figura das percepções equivocadas que nosso aparelho psíquico faz a cerca dos eventos? Entendemos que não são reais, porém não conseguimos evitar as emoções negativas que eles provocam.

Concluindo, é preciso ter coragem para entrar na floresta, assim como é preciso ter coragem para entrar em processo de análise. Quando iniciamos um processo de análise entramos cegos. Não enchergamos o que há na floresta. Aos poucos as resistências vão caindo até conseguirmos a atravessá-la por completo, o que muda nossa percepção acerca da vida. O medo nunca desaparece por completo, porém entendemos que ele não é real e que é possível vencê-lo todas as vezes que ele se manifesta em nossas vidas.


Sob o olhar Junguiano ²

Este filme reflete a tendência comum do ser humano em tentar encobrir o mal, negando, escondendo, fugindo e ocultando-o como um segredo.No filme, a vila é uma tentativa de criação de um local, um mundo ou uma realidade sem maldade, sem distorções, onde somente o bem e a inocência tenham lugar, como um oásis no meio de um deserto, um lugar puro em meio à feiúra do mundo e da realidade humana.

Segundo Jung, tudo que negamos em nós, coisas boas e ruins, viram nossas sombras. Afirma também que é da natureza humana termos múltiplos aspectos polarizados e contrários. Tendemos em nosso dualismo negar o mal em vez de transformá-lo e integrá-lo. Desta forma, escondemos este nosso aspecto como um segredo que deve ser escondido a sete chaves, já que o tememos e sentimos dele vergonha.

Temos vergonha exatamente do que nos faz humanos. Ter o mal dentro de si não significa que tenhamos que atuá-lo ou usá-lo de forma destrutiva. Ao aceitar que isto é uma característica humana, podemos trazer às claras este aspecto, diminuir sua força e ter alguma escolha sobre ele. Aceitar sua existência sem negá-lo ou escondê-lo traz para nós força e coragem, escondê-lo gera medo e fraqueza.

Há linhas de psicoterapia que trabalham com estes aspectos sombrios quando necessitamos de ajuda externa. Mas procurar estar na verdade e termos a coragem de olhar e reconhecer nossas distorções sem culpa é algo que todos podemos fazer e é uma ação realista que nos fortalece.

Quantas pessoas, famílias, grupos, comunidades e sociedade são enfraquecidas pelos seus segredos. Os segredos geram pensamentos, mentiras, contaminam a confiança entre pessoas e a própria autoconfiança. Há um grande alívio quando nos liberamos do cárcere de nossos segredos e isto nos torna mais honrados .

A nossa honra está em sermos íntegros e verdadeiros, mesmo que falhos e humanos. Nossa honra não está na aparência e em nosso anseio de perfeição. No filme, um dos “anciãos” conclui: “perdi lá fora um familiar e aqui já perdi vários. Aprendi que o sofrimento faz parte da vida.”

Na “vila”, criaram uma realidade a parte, sustentada pelo terror e mentira com o intuito de encobrir a realidade comum e se afastar de uma sociedade violenta. Criaram uma comunidade “pura” e “inocente”, onde seus habitantes são humanos e imperfeitos, onde mais cedo ou mais tarde, o crime brota como uma realidade não transformada no coração e atos dos homens.

É mais fácil escravizarmo-nos do terror de um monstro externo que se perpetua na ignorância que enfrentar o “monstro” interno que poderia ser transformado. Ninguém precisa aceitar ou gostar da violência social e nem se adaptar a ela como algo desejável ou comum. Mas queiramos ou não a violência social é um reflexo de seus membros. A violência externa é o resultado da violência interna não transformada. Mas como transformar a violência interna sem aceitar sua existência como uma realidade humana? Como transformar a violência externa sem aceitá-la como fruto da “doença” individual de todos os seus membros e não de somente uma parte que tem que ser excluída, banida e castigada? Podemos até procurar proteção criando condomínios fechados, altos muros e fortalezas para nos afastarmos do fruto que nós mesmos ajudamos a criar. Mas levamos o inimigo dentro de nós para dentro da fortaleza, já que é parte de nossa natureza humana.

Como fortalecer o amor e a inocência em meio à mentira? Como preservar a inocência e proteção de nossos filhos sem ensiná-los a lidar com suas próprias destrutividades internas? Quanto tempo podemos afastá-los ou apartá-los do perigo, isolando-os da realidade humana à qual pertencem?

Por fim, o filme mostra uma saída no amor, que move montanhas, na cegueira que enxerga com os olhos da sabedoria dos sentimentos, e da coragem que se fortalece não no aparente bom senso, mas no ato humano de fazer o que tem que ser feito para preservar a vida digna sem medos.


Trailer


















Transtorno Bipolar: Como identificar, diagnosticar e conviver com um familiar que sofre de transtorno bipolar. Livro Transtorno Bipolar - O QUE É PRECISO SABER


 O Transtorno Bipolar atinge um número enorme de pessoas e o seu diagnóstico tem sido muito importante para que os pacientes possam conviver e ter uma vida natural e feliz.

Reconhecer os primeiros sinais e sintomas, identificar a mania e a depressão são importantes para aprender a cuidar e a conviver com os altos e baixos e as oscilações presentes no humor de pessoas com esse distúrbio.

O paciente com transtorno bipolar, assim como os familiares que podem dar apoio e ajudar no tratamento, pode compreender mais os sintomas, as causas, o autocontrole, o que prestar atenção para falar ao médico, como enfrentar suas dificuldades, o que fazer nos momentos de desequilíbrio e o que esperar da evolução e do tratamento.

Com mais informações e conhecimento, é possível se preparar, manter um melhor bem-estar e equilíbrio do quadro de humor, adotar medidas preventivas, praticar exercícios e formar uma rede de apoio que sustentará de forma mais significativamente uma qualidade de vida satisfatória e favorável.

Faltava um livro que descrevesse em linguagem acessível, como compreender este distúrbio e como dirigir o assunto, não só a profissionais da área, mas também e principalmente, aos pacientes e familiares, explicando e transmitindo de forma simples e segura, as causas, sintomas, tratamentos, conseqüências e os aspectos da convivência com esse transtorno.

O livro, lançado pela M.Books é repleto de informações e conselhos práticos e mostra como enfrentar as dificuldades e a recobrar a qualidade de vida.

No livro, o pesquisador e clínico Dr. David J. Miklowitz, oferece ferramentas que podem ajudar a atingir o equilíbrio e livrar-se do impasse emocional que resulta quando os sintomas do transtorno governam a vida, sem sacrificar o direito a experiências emocionais variadas e enriquecedoras.

O livro traz informações importantes sobre situações como:
  • Reconhecendo os Primeiros Sinais de Mania ou Depressão.
  • Contatando o Médico para Encontrar a Medicação e a Terapia Adequada.
  • Entendendo os Altos e Baixos, e quando os Sintomas Estão Falando.
  • Evitando que Oscilações de Humor Governem sua Vida, e o Acompanhem em Casa e no Trabalho.

 Saiba como superar esses obstáculos causados pelo transtorno bipolar, e mais:

  • Como distinguir os primeiros sinais de oscilação do humor bipolar dos altos e baixos normais?
  • Que medicações estão disponíveis e quais são seus efeitos colaterais?
  • O que fazer quando estiver entrando em um quadro de mania ou de depressão?
  • Como obter ajuda e apoio?
  • Como relacionar-se no trabalho sem colocar a carreira em risco?


Sobre o autor

David J. Miklowitz é professor de psicologia da Universidade do Colorado, em Boulder, onde é membro docente desde 1989. É co-autor do premiado manual profissional Bipolar Disorder: A Family-Focused Treatment Approach. Sua pesquisa foi subsidiada pelo National Institute of Mental Health e pela MacArthur Foundation

Nome do livro: Transtorno Bipolar – O que é preciso saber (2009)
Editora: M. Books do Brasil
Autor: David J. Miklowitz
Tradução: Maria Lúcia Rosa

Veja mais sobre transtornos psicológicos, transtorno bipolar, transtornos psiquiátricos, tratamento para transtorno bipolar, diagnóstico de transtornos psicológicos, testes de personalidade, testes para transtornos psicológicos, testes de psicologia, testes psicológicos, acesse estas categorias no site ou clique nos links desta página.

Psicólogo poderá ter piso nacional de R$ 4.650

O Projeto de Lei 5440/09, do deputado Mauro Nazif (PSB-RO), em tramitação na Câmara.
Agência Câmara

Mauro Nazif: projeto tem o objetivo de valorizar os profissionais.


 O Projeto de Lei 5440/09, do deputado Mauro Nazif (PSB-RO), em tramitação na Câmara, institui o piso nacional para os psicólogos, no valor de R$ 4.650. A proposta acrescenta dispositivo à Lei 5.766/71, que criou o conselho federal da categoria.

 A proposta contém uma fórmula de reajuste salarial para o piso. Logo após a sanção do texto, haverá um aumento com base na inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), acumulada entre fevereiro de 2009 e o mês anterior ao início de vigência da lei. A partir daí, os reajustes serão anuais, também pela variação do INPC, calculada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).


Carga horária elevada

 Para o deputado Nazif, a fixação de piso salarial por lei dará melhores condições de trabalho aos psicólogos, "que hoje sofrem com uma carga horária elevada para compensar os baixos salários".

 "A medida se justifica também como fator de valorização desse profissional, que, após anos de estudo de graduação e especialização, ainda necessita estar constantemente se atualizando", disse Nazif. O deputado é autor dos projetos que também estabelecem pisos para os enfermeiros (PL 4924/09) e fonoaudiólogos (PL 5394/09).

Tramitação

 O projeto tramita em caráter conclusivo nas comissões de Seguridade Social e Família; de Trabalho, de Administração e Serviço Público; de Finanças e Tributação; e de Constituição e Justiça e de Cidadania.

quinta-feira, 27 de maio de 2010

Links

Inclusão do direito à busca da felicidade na Constituição recebe apoio de juristas 
 Se eu tenho direito ao que é assegurado pela constituição, aí sim eu ficarei feliz!

Quando tudo acaba em pizza 
 Os meandros da corrupção no Brasil e como esse mal está instalado na sociedade

A massificação dos tempos modernos 
 A indústria cultural levou à padronização de bens culturais em todo o mundo. No entanto, é cada vez maior o número de consumidores que tem uma postura crítica e busca alternativas à cultura de massa.

Feminismo - Direitos da Mulher: Uma história de dominação e lutas
 Desde sua origem, ninguém passou incólume pelo feminismo. Considerado um divisor de águas na história da humanidade, o movimento, apesar de possuir correntes diferentes, está diretamente ligado à luta pela igualdade de direitos.

Criança de 2 anos fuma e pai não se preocupa - "Ele parece saudável."   Como dizia meu antigo professor: Ééééé, só mataaaando....

    Instituto de Psicologia Comportamental Cursos em São Carlos: Seleção por Competêcia e WISC

           WISC III- Introdução à Aplicação e Avaliação

    Público-alvo: psicólogos e estudantes de psicologia que concluíram as disciplinas de Ética Profissional e Técnicas de Exame Psicológico (ou disciplinas similares) ou alunos do 3 ano de psicologia em diante.
    Carga horária: 12 horas.
    Número de Participantes: até 20.
    Datas: 12 e 13/06/10

    Investimento: R$180,00
    Inscrições: por telefone (16) 3307 6953 ou pessoalmente no IPC (apresentar carteirinha do CRP ou comprovante de aluno(a) regularmente matriculado(a) no curso de psicologia no primeiro dia de curso).
    Dúvidas sobre o curso: entrar em contato com Marciliana, pelo e-mail marciliana@gmail.com
    Faciliatadores
    Silmary Bertolani (CRP 06/31503-0). Psicóloga Clínica, especialista em Psicologia Clínica e Psicopedagogia pelo CFP; em Saúde Pública pela UFSCar e em Terapia Comportamental Cognitiva pelo HC-FMUSP. Membro da ABPMC desde 1993. Atuação em clínica desde 1989, inclusive com avaliação de crianças e adolescentes.
    Oliver Zancul Prado (CRP 06/55700). Psicólogo Clínico graduado pela PUC-SP, Mestre em Psicologia Clínica pela USP e professor da UNIP-Araraquara.
    Objetivos: apresentar os procedimentos para aplicação e avaliação do teste Wisc III e orientar sobre a sistematização dos dados obtidos nesta avaliação e formas de apresentação dos mesmos.
    Conteúdo Programático
    1. Noções básicas de psicometria
    2. Apresentação do teste
    3. Modelo de aplicação de cada subteste
    4. Avaliação de cada subtestes
    5. Sugestão de laudo para apresentação dos resultados.

            Seleção por Competência

    Público Alvo: Profissionais de RH, gestores, estudantes de Administração e Psicologia.
    Carga horária: 8 horas.
    Horário: 9h-13h e das 14h-18h.
    Data: 11/06/2010.
              Investimento: R$180,00
            Inscrições: por e-mail michele@psico.net, por telefone 3307 6953 ou pessoalmente no IPC.
            Dúvidas sobre o curso: entrar em contato com Marciliana, pelo e-mail marciliana@gmail.com
              Facilitador: Marciliana Corrêa (CRP 06/6519-5).
            Mini-currículo: Master Coach certificada pelo International Coaching Council (ICC). Executive Coach pelo Behavioral Coaching Institute. Membro da Sociedade Brasileira de Coaching. Formação de Personal Coach pela Sociedade Brasileira de Coaching. Psicóloga e Especialista em Gestão Organizacional e Recursos Humanos pela Universidade Federal. Atua como Coach desde 2006 e realiza consultoria e treinamentos em gestão de pessoas. Possui larga experiência corporativa tendo atuado em gestão de pessoas por mais de 11 anos.

    Conteúdo do Treinamento

    1. Gestão por Competência
    1.1. Definição de competência
    1.2. Seleção por Competência
    1.3. Perfil de cargo e competência
    1.4. Como descrever competências
    2. Entrevista por competência
    2.1. Elaboração do roteiro de entrevista
    2.2. Conduzindo a entrevista
    2.3. Avaliando a entrevista
    2.4. Erros comuns dos entrevistadores
    3. Dinâmicas e Jogos
    3.1. Quando usar dinâmica em seleção
    3.2. Selecionando uma dinâmica
    3.3. Conduzindo a dinâmica
    3.4. Avaliando os candidatos
    3.5. Evitando erros comuns
    4. Testes e Provas
    4.1. Tipos de testes e provas
    4.2. Quando usar
    4.3. Como usar
    4.4. Cuidados na escolha de testes
    5. Elaboração de Laudos
    5.1. Redação de Laudos
    5.2. Roteiro de Laudo

    O Perigo da Cristalização dos Limites

          No primeiro artigo do ano, descrevi a importância da autoestima para a realização de projetos, sinalizando o quão importante é o exercício diário do autoconhecimento, a fim de que nossas percepções a cerca de nossos limites e limitações sejam verdadeiras, não demasiadamente otimistas e nem exacerbadamente pessimistas.

          No início do ano é rotina esquematizar nossos planos e idealizações, caminhando em um ritmo um pouco mais lento e projetando o início do ano para valer após as festividades carnavalescas. Porém, seria importante habituarmos nessa primeira fase do ano a ter um pensar crítico e traçarmos rotas e caminhos baseados em nossos limites para que adiante não caiamos no erro de transformá-los em limitações.

          Lembro-me de ouvir um palestrante dizer que “confundir limites e limitações é uma verdadeira armadilha para o nosso desenvolvimento pessoal e profissional”. E de fato, se não tivermos em mente que o limite é a representação de um ponto máximo a qual podemos alcançar, e que tal ponto é baseado nos nossos esforços atuais, a gente corre o risco de cristalizar um potencial que está em contínuo processo de desenvolvimento.

          Por exemplo, o meu limite atual de corrida no parque é 3 km diários, isso porque faço um programa de treinamento com o objetivo de ter uma melhor qualidade de vida, mas isso causa uma limitação óbvia: não poder correr a maratona da São Silvestre. Um amigo meu, pelo contrário, corre 15 km diários, pois, o programa de treinamento dele tem como finalidade proporcionar a participação dele em diversas maratonas pelo Brasil. Se eu tivesse o mesmo objetivo, re-avaliaria o meu programa de acordo com o meu objetivo, e assim diariamente iria ampliando o meu limite de corrida.

          No cotidiano de uma empresa ou de um escritório, corremos o perigo de sentir aquela pontinha de ciúme pelo nosso colega que se destacou ou então, sermos vítimas de colegas que se sentem injustiçados diante dos elogios do chefe ou de promoção.

          Isso acontece em todos os ambientes corporativos e até mesmo em comparações familiares, pois, é muito comum a confusão de ter eficiência versus ser eficaz, justamente por conta da percepção pessoal dos limites e das limitações vividas.

          É importante ter em mente que eficiência é um processo, é um fazer comprometido com qualidade, com competência, exigência e perfeccionismo, ou seja, ter eficiência é ser conhecedor dos limites pessoais e materiais, as quais se tem em mãos e, trabalhar por meios dos recursos oferecidos dentro deste limite.

          Muitos profissionais se destacam e há aqueles que são conhecidos como bons profissionais. Qual a diferença entre eles? O bom profissional é aquele que trabalha com eficiência, conhece o seu limite e trabalha somente em cima daquilo que conhece ou que tem à disposição, ou seja, é uma pessoa que trabalha com sua limitação, pois, a limitação é um limite cristalizado, um limite considerado definitivo e que, de maneira distorcida, afeta não só a área profissional como todas as demais.

          Bons profissionais possivelmente possuem falas em seu ambiente social e familiar de que “não acredito nessas descobertas, é melhor ficar no arroz com feijão”, “o ser humano existe há milhões de anos e sempre se comportará da mesma maneira” ou ainda “não adianta falar com meu chefe, sabe, eu sei que ele não pensa como eu e nem vai ouvir minha opinião”.

           O profissional de destaque é aquele que trabalha com eficiência, mas também é eficaz, ou seja, o seu resultado é de lucro, revela qualidade profissional e tem como retorno a satisfação como excelência pela gerência. Mas isso só é possível porque ele não trabalha com suas limitações, mas reconhece o seu limite e tenta superá-lo, ampliando seu conhecimento, estudando e buscando conhecimento superior a ele, por meio de cursos técnicos, de aprimoramento, MBA e por programas de pós-graduação (latus sensus e stritu sensus).

          Por isso tenha em mente que só há limitações concretas quando deixamos de tentar todos os caminhos que poderíamos trilhar para superar nossos limites e quando encontrados, não permita que eles se generalizem e exerçam controle sobre as demais áreas de sua vida.

          Todos temos limites e algumas limitações, mas nosso desafio está em desenvolver um postura otimista diante deles. Lembre-se que grandes homens e mulheres foram pessoas com enormes dificuldades (você sabia que o ex-presidente americano Franklin Roosevelt contraiu poliomielite aos 39 anos e utilizava a cadeira de rodas?), entretanto, transformaram a limitação em mais um limite a ser superado, por isso não se esqueça: não transforme limite em limitação.

    * Artigo de Cíntia G. Vilani



    FONTE

    quarta-feira, 26 de maio de 2010

    Laranja Mecânica (Clockwork Orange)


    O anti-herói do filme é Alex DeLarge, um jovem líder de uma gangue de delinqüentes, amantes de leite drogado e música clássica, que tem por diversão bater, estuprar, matar... Enfim, cometer qualquer brutalidade que tenha vontade, não se importando com as leis ou o senso humanitário, somente pensando na própria diversão. Quando finalmente é pego pela polícia, sofre um tratamento duro de reabilitação. Um novo método, cruel, que faz com que a pessoa fique totalmente indefesa com relação a violência do mundo. E, mais uma vez, Kubrick brilha de maneira fascinante comparando os atos de Alex antes de sua internação com os da sociedade em resposta ao seu passado na segunda metade do filme. Você realmente se questiona sobre qual tipo de atitude é pior, mais fria, desumana. Não digo isso somente nas pessoas da rua, os antigos amigos de Alex, e sim com toda a falta de escrúpulo em volta dos interesses políticos sobre a situação. Uma ousadia incrível de Kubrick, perfeitamente retratada, questionar o sistema de modo tão duro.


    Laranja Mecânica (1971)

    O diretor norte-americano Stanley Kubrick encontrara no romance futurista homônimo de Anthony Burgess o substrato para revisitar o grande tema de sua filmografia, que não chegava ao nono título. Toda a obra madura de Kubrick discute "das Unbehagen in der Kultur", "o mal-estar na civilização". (Título de livro de Sigmund Freud)

    Muita gente cita o filme "Laranja Mecânica" para falar mal do Behaviorismo Radical.

    Ledo engano! Na verdade as atrocidades do filme só ocorrem porque não tem nada de Behaviorismo Radical nele!

    O filme, que é o meu favorito do diretor Stanley Kubrick e já assisti mais de 20 vezes, é baseado em um romance cyberpunk do inglês Anthony Burguess. O protagonista é Alexander De Large, um delinqüente de 16 anos que para sair do presídio (preso por homicídio) topa fazer parte de uma experiência científica na qual será transformado em uma "pessoa boa".

    A experiência consiste em um procedimento de condicionamento clássico, pavloviano. Através de bizarras sessões (usando filmes, drogas e outros recursos desumanos) Alex é condicionado a responder com fortes náuseas à violência. Assim, toda vez que ele vê violência ou vai agir de forma violenta, cai no chão, sem poder fazer mais nada. Ele não escolhe "ser bom": é apenas impedido (por punição) de "ser mau". (Questão ética aí, não?)

    Uma prova de que o experimento nada tem de Behaviorismo Radical é que o cientista responsável é um tal de Dr. Brodski. Já pelo nome podemos ver se tratar de um (reflexologista) russo, e não um (behaviorista) norte-americano. A prova final de que faltou uma visão beheca está no fato de que Alex, após o aparente sucesso do experimento, é lançado ao mundo sem emprego, sem amigos e sem família., sem assistência alguma! Ou seja, os cientistas russos entenderam que alterado o organismo tudo estava resolvido, e não se deram conta que o condicionamento de Alex não duraria pois ele seria lançado em um ambiente hostil e sem ninguém para orientá-lo.

    "Laranja Mecânica" é na verdade uma crítica a sociedade que controla pela punição e não enxerga o indivíduo em sua singularidade. (Tudo que Skinner também é contra em sua proposta filosófica).

    Kubrick procura examinar sob um ponto de vista freudiano histórias com potencial mitológico que tratem de personagens desajustados dada a inescapável repressão instintual exigida pela vida em sociedade. (Vide "Lolita", "O iluminado", "Nascido para Matar").

    Mesmo quando este tema não é dominante, como em "Doutor Fantástico" ou "2.001, uma Odisséia no Espaço", é ele que sustenta a discussão kubrickiana, seja da paranóica corrida nuclear ou do futuro da humanidade diante do avassalador progresso tecnológico, respectivamente. Assim como o filme "Nascido para Matar", "A Laranja Mecânica" é uma típica versão cinematográfica do "Bildungsroman", o tradicional romance de formação alemã que acompanha o processo de educação moral e intelectual de um jovem, lapidando-o para o convívio social.

    Kubrick, aproveitou esta conhecida estrutura narrativa para aplicá-la a seu modo. Assim, em "Nascido para Matar" assiste-se a mais cruel educação para o assassínio dos jovens "marines" americanos que vão lutar no Vietnã. Já em "A Laranja Mecânica, o processo de domesticação tem um objetivo diverso.

    O protagonista Alex (Malcolm MacDowell) é um jovem que teria atingido a alvorada da idade adulta ainda com sua arquitetura psíquica infantil intocada, em estado bruto, o que implicaria a plena liberdade para a expressão de seus instintos. Isso seria uma virtual impossibilidade psicológica, pois as – por assim dizer – forças civilizatórias já se apresentam atuantes desde a mais tenra idade, mas ficção é ficção e assim prossigamos.

    A primeira parte do filme nos mostra, numa Inglaterra futura, Alex e sua gangue de boçais espancando um velhote bêbado, drogando-se, violentando uma mulher depois de aleijar seu marido escritor, assassinando a 'mulher gato'.

    Com isso, Alex satisfaz amoralmente seus instintos sexuais e de destruição. Sua prisão após o último crime será uma espécie de segundo parto. Depois de tranqüilos dois anos de cárcere, Alex se candidata a um novo método de condicionamento psicológico que regeneraria definitivamente os criminosos, devolvendo-os pacificados ao convívio social (Método Ludovico).

    Para Alex, seria este uma espécie de supletivo no princípio da realidade. Mas o experimento behaviorista erra na dose, substituindo a absoluta liberdade instintual pela completa repressão. Violência e sexo passam a provocar vômitos e náuseas em Alex, que se descobre paralisado, desumanizado como uma laranja mecânica. e io que vema  ser laranja mecância? segundo Anthony (o autor): "...O ser humano é dotado de vontade. E pode usá-la para escolher entre o bem e o mal. Se só pode fazer o bem, ou só pode fazer o mal, é uma laranja mecânica - significa que tem aparência de um organismo adorável, com cor e suco, mas que na realidade é um brinquedo mecânico para ser manipulado por Deus ou pelo Diabo ou (que o está substituindo cada vez mais) o todo-poderoso Estado. É tão inumano ser totalmente bom quanto totalmente mau. O importante é a escolha moral. O mau tem que existir junto com o bem, de modo que a escolha moral possa existir."

    Aproveitando-se desse novo estado, suas vítimas se vingam das cruezas pretéritas e Alex é resgatado de uma tentativa de suicídio por aqueles que o usaram como cobaia _ lembrar do desvairado viúvo paraplégico, rs...

    A mais rotineira interpretação de sua "cura" final, assinada entre outros pela ácida Pauline Kael em "The New Yorker", vê Alex voltar a ser o mesmo delinqüente do início, com a diferença de contar agora com a proteção de poderosos padrinhos (o governo inglês, representado pela figura do Ministro do Interior).

    Sua violência foi, para usar as palavras de Freud "suplantada pela transferência do poder a unidade maior, que se mantém, unida por laços emocionais entre os seus membros" (em "Por que a Guerra? Carta a Einstein").


    Alex aderiu ao essencial pacto civilizatório e a prova disso é que seus devaneios pós-recuperação remetem a uma prática sexual sadia e socialmente aprovada (ele se imagina fazendo amor com uma mulher sob os aplausos de uma multidão).

    Pauline Kael também criticou Kubrick por ter "assumido a perspectiva deformada e hipócrita de um jovenzinho depravado". Eis outra observação apressada e superficial. Kael confundiu o narrador do filme (e do livro ) com um pretenso "alter-ego" ou porta-voz exclusivo do autor.

    Kubrick "fala", naturalmente, através do filme como um todo, do conjunto dos personagens, e se tivéssemos que apontar algum porta-voz, seguindo suas próprias palavras, teríamos que destacar o capelão do presídio. É ele quem alerta expressamente para os riscos de se tentar eliminar a possibilidade do homem exercitar seu livre-arbítrio, questão apontada por Kubrick como central em suas preocupações. É um "grito" frente ao abuso cometido por um governo generalizador. Behaviorismo? Por que?

    Mas a sempre perturbadora Kael foi voz dissonante quando do lançamento de "A Laranja Mecânica". Kubrick jamais conheceu êxito crítico igual. Houve, contudo, também quem considerasse sue filme uma diluição comercialesca do livro de Burgess. Por certo Kubrick não foi tão original quanto Burgess ao tratar de sua própria arte. Este criou no livro um vocabulário sincrético para a gang de Alex, que faria inveja a James Joyce. O próprio Kubrick reconheceu que sua versão cinematográfica resultou formalmente mais conservadora. Mas equiparar seu filme a qualquer caça-níqueis hollywoodiano com maquiagem futurista é uma estultice. Basta repara a imperturbável organicidade dos elementos ultraestilizados de "A Laranja Mecânica" (décor asséptico, tipos cartunescos, cenas coreografadas, etc.) para que se perceba o raríssimo domínio completo que Kubrick tem sobre seu ofício.

    Mesmo não sendo este seu melhor filme, sobretudo por problemas de ritmo devido á excessiva duração, encontram-se aqui inúmeros momentos que se fixam perenemente à memória – como o estupro ao som de "Cantando na chuva" e o bacanal ao som da abertura do "Guilherme Tell" de Rossini. São peças com lugar obrigatório dentro do museu imaginário de todo cinéfilo. De quantas cenas rodadas deste então podemos dizer o mesmo? (Amir Labaki – "Folha de São Paulo", ano 1992)



    Uma explicação para a atração duradoura de "Laranja Mecânica" é a contemporaneidade intelectual dos temas de que se ocupa. A violência deliberada, a máquina estatal que prefere submeter seus delinqüentes a lobotomia do que lhes permitir o direito de escolha. Os jovens que usam drogas para se prepara para um noite de estupro e pilhagem. Uma sociedade que cura a violência através da criação de robôs morais.

    Segundo Ron Daniels, que dirige peças de Shakespeare, "A Laranja Mecânica" não é pior do que de Hamlet ou Macbeth. "A peça é uma história admoestatória de uma sociedade que não cuida de seus jovens e não lhes deixa se expressar. É uma fantasia de liberdade, de uma liberdade pavorosa, é uma fábula de retribuição.

    O Alex no início é um tipo de Lúcifer, solto num inferno urbano. Ele não sente culpa, não tem escrúpulos nem remorsos, mas como ele mesmo diz, tem que ser destruído. Mas nós respondemos a ele numa maneira ambivalente, achando-o atraente mesmo quando ficamos revoltados com as coisas que ele faz", diz Daniels.

    Burgess na apresentação de "A Laranja Mecânica" no palco como peça teatral afirma: "o que parece como uma celebração da violência, pior no palco do que no livro ou filme de Kubrick, inexplicavelmente proibido na Grã-Bretanha, é realmente uma investigação da natureza do livre arbítrio. É um drama teológico.

    Quando os seres humanos são impedidos de praticar atos de perversidade eles também são incapazes de desempenhar atos de bondade. Isso porque ambos dependem do que Santo Agostinho chamou de liberum arbitrium – livre arbítrio". Burgess diz que com esta versão teatral e com o filme será acusado de promover a violência entre os jovens .

    "Um homem que matou seu tio responsabilizou Hamlet de Shakespeare. Um menino que arrancou os olhos de seu irmão culpou uma edição escolar de Rei Lear. Os artistas literários são sempre tratados como se tivessem inventado o mal, mas sua verdadeira tarefa, uma das muitas, é mostrar que o mal existia muito tempo antes que pudessem segurar sua primeira caneta ou usar seu primeiro word processor. Se um escritor não contar a verdade é melhor que não escreva".
    (Antonio Carlos Seidl – Jornal "Folha de São Paulo", 1992)


    EM NOME DO PAI


    Gerry era um pequeno delinqüente de Belfast, durante os anos 70. Depois de ir para a Inglaterra, é injustamente acusado como um dos quatro terroristas de Guildford, pegando prisão perpétua. Giuseppe Conlon, pai de Gerry, tenta ajudar o filho e também é condenado, mas pede ajuda à advogada Gareth Peirce, que investiga as irregularidades do caso. Gerry descobre, aos poucos, suas forças mais profundas para lutar contra tal injustiça.

    "In the Name of the Father" (1993)


    O filme inicia-se com o retratar do ataque bombista da IRA (Irish Republican Army) a um bar londrino em 1974. Faz-se negro o écran e surge a voz de Bono entoando o tema do filme. Estamos em finais dos anos 80. Enquanto viaja no seu automóvel, a advogada Gareth Pierce coloca no rádio a cassete em que Gerry gravou a sua história. E então a narrativa volta atrás no tempo levando-nos para as conturbadas ruas de Belfast (Irlanda do Norte) onde Gerry arranja sarilhos com as tropas britânicas. O confronto acaba por colocá-lo frente a frente com agentes da IRA, fartos das suas brincadeiras e pequenos roubos. Giuseppe, o sábio pai de Gerry, receia que alguma coisa lhe possa acontecer e resolve enviá-lo para Londres para a casa da Tia Annie Maguire, na esperança de que arranjasse algum emprego.

    Gerry é um jovem rebelde que ignora os conselhos do pai e acaba por juntar-se a uma comunidade hippie onde se vive segundo os ideais da liberdade, do amor e…da droga. Mas o bom clima dura pouco e Gerry, juntamente com o seu amigo Paul são obrigados a deixar a comunidade, devido ao clima instável que se começara a gerar. Vagueiam sem dinheiro nas ruas de Londres, sem dinheiro nos bolsos, até que se dá o atentado ao bar. Gerry estava no lugar errado e à hora errada. Ele e quatro dos seus amigos são presos e torturados pelos agentes da polícia, que pressionados pelo próprio sistema que representam e pela indignação da opinião pública, querem à força encontrar os culpados. Obrigado a assinar uma confissão falsa, Gerry acaba por fazer com que o pai, a tia Annie e os filhos desta fossem presos e acusados de serem cúmplices. Surgem provas adulteradas e o juiz acaba por ordenar a prisão para todos. Levado para uma prisão de alta segurança, juntamente com o pai, o jovem acaba por descobrir no pai uma força interior que não julgava que existisse. Pouco a pouco deixa de lado o seu tom e atitudes de rapaz rebelde, iniciando com o pai uma luta contra a injustiça e tentativas para provar a sua inocência. Luta essa que duraria quinze longos anos.

    (by Isabel Fernandes)

    Irlanda do Norte - atentado - injustiça - bode expiatório - família - opinião pública


    FONTE

    A FORMAÇÃO DA PERSONALIDADE SEGUNDO O BEHAVIORISMO RADICAL

         A visão do behaviorismo radical mostra similaridades acentuadas com o modelo interpessoal. Ambos rejeitam a existência de um "eu" interior que dirige a ação do outro. Reagem contra o pressuposto de que a personalidade é um "eu" que é responsável pela ocorrência de comportamentos (Skinner, 1998). Em uma linguagem behaviorista radical, pode-se definir o eu como um conjunto de respostas funcionalmente unificado, sendo que o importante é explicar a unidade funcional desse conjuntio estabelecendo as relações existentes entre estas respostas e suas variáveis de controle - estímulos discriminativos e consequências - (Ana Carolina Aquino de Sousa & Luc Vandenberghe, Interação em Psicologia, Curitiba, jul./dez. 2005, (9) 2, p. 381-390).
         Personalidade consiste no repertório comportamental de cada um e este é multideterminado. Skinner (1998) apontava a importância de entender os três níveis de seleção do comportamento: filogênese, ontogênse e a cultura. Esses três fatores se combinam e interagem durante toda a vida formando o que chamamos de personalidade. Ao nascer, apresentamos comportamentos inatos (reflexos). Mas desde o momento inicial as contingências começam a influenciar a probabilidade futura dos nossos comportamentos.
          podemos observar isso já nas primeiras interações de uma mãe com o seu bebê. Se a mãe espera a criança chorar para dar-lhe alimento, esta aprenderá que com o choro ganha comida. Entretanto, se a mãe a amamenta antes que chore, imaginando que pode estar com fome, o que a criança aprenderá será muito diferente - o alimento será, neste caso, contingente aos comportamentos que para a mãe são dicas de que o bebê está ou não com fome.
         Falar em personalidade significa apontar uma tendência a se comportar de uma dada maneira em função de uma história passada de reforço, que é individual. Refere-se, portanto, a um conjunto de comportamentos que ocorrem de forma consistente em muitas situações. Estes padrões são resultantes de um ambiente com contingências consistentes ao longo do tempo. Os pais, por exemplo, não mudam radicalmente na maneira de lidar com os filhos no dia-dia. A cultura valoriza e promove padrões rijos de comportamento porque é útil para predizer como vão se comportar e facilita a manutenção do funcionamento da sociedade. Há, entretanto, aquelas pessoas que adquirem padrões que não são adequadas do ponto de vista da cultura e que, por isso, podem ser transtornos de personalidade (Parker, Bolling, & Kohlenberg, 1998).


    O QUE DIZEM AS PESQUISAS RECENTES

         Embora a causa do Transtorno de Personalidade Borderline (TPB) não seja conhecida, tanto fatores genéticos quanto comportamentais são considerados como contribuintes para predispor os pacientes a sintomas e traços do transtorno. Estudos têm mostrado que muitos indivíduos bordelines, porém não todos eles, relatam uma história de violência, negligência ou separação quando crianças pequenas. De 40 a 71% dos pacientes com TPB contam terem sido vítimas de abuso sexual, geralmente por um não prestador de cuidados.
         Pesquisadores acham que o TPB decorre de uma combinação de vulnerabilidade individual ao estresse ambiental, negligência ou violência quando crianças pequenas e uma série de eventos que desencadeiam o aparecimento do transtorno quando adultos jovens. Os adultos com TPB também tem uma probabilidade de consideravelmente maior de serem vítimas de violência, incluindo estupro e outros crimes. Isso decorre tanto de ambientes prejudiciais como de impulsividade e mau julgamento ao escolher parceiros e estilos de vida.
         A pesquisa em neurociência financiada pelo NIMH (National Institute of Mental Health) está revelando mecanismos cerebrais subjacentes à impulsividade, instabilidade do humor, agressividade, raiva e emoção negativa vistas no TPB. Os estudos sugerem que as pessoas predispostas à agressividade impulsiva tem um distúrbio da regulação dos circuitos neurais que modulam a emoção. A amígdala, uma pequena estrutura amendoada profundamente no interior do cérebro, é um componente importante do circuito que regula a emoção negativa. em resposta a sinais de outros centros cerebrais indicando uma ameaça percebida, ela evoca medo acentuados sob a influência de drogas como álcool ou do estresse. Áreas na parte anterior do cérebro (área pré-frontal) atuam amortecendo a atividade desse circuito. Estudos recentes de aquisição de imagens cerebrais mostram que diferenças individuais na capacidade de ativar regiões do córtex cerebral pré-frontal consideradas como estando envolvidas na atividade inibitória predizem a capacidade de suprimir-se as emoções negativas.
          Serotonina, norepinefrina e acetilcolina estão entre os mensageiros químicos nesses circuitos que desempenham um papel na regulação das emoções, incluindo tristeza, raiva, ansiedade e irritabilidade. Drogas que estimulam a função da serotonina no cérebro podem melhorar os sintomas emocionais no TPB. Assim também, drogas estabilizadoras do humor que estimulam reconhecidamente a atividade do GABA, o principal neurotransmissor inibitório do cérebro, podem ajudar pessoas que apresentam oscilações do humor do tipo TPB. Essas vulnerabilidades de base cerebrais podem ser controladas com a ajuda de intervenções comportamentais e medicações a suscetibilidade ao diabetes ou à pressão alta.

    Associação Brasileira de Psiquiatria